Minha pesquisa trata AINDA da pergunta feita por Linda Nochlin no ano de 1971: por que não existiram grandes artistas mulheres? De um ponto de vista internacional, embora desde a década de 1970 tenham eclodido inúmeras problematizações sobre esse assunto e que tenham sido realizados reconhecimentos interseccionais, além de múltiplas revisões nos cânones da historiografia da arte dominante como as que foram produzidas por Griselda Pollock – não podemos pensar que o problema como um todo esteja resolvido. Para Linda Nochlin a questão esta? imersa na estrutura social ocidentalizada, que deve ser analisada para investigarmos sobre a ausência das mulheres nos relatos da História da Arte, mas um aspecto basilar pode ser destacado: a negativa de acesso ao conhecimento. Desde o início da institucionalização do ensino das artes visuais houve uma grande diferença na abordagem entre os gêneros, apesar de que ele nunca foi totalmente negado às mulheres e sim realizado de maneira limitada. Não bastassem estes e outros entraves, nossa cultura tratou de esquecer das artistas que foram profissionalmente bem-sucedidas a seu tempo. São muitas autoras que hoje escrevem sobre elas e suas carreiras, mas muito pouco tem sido pensado sobre as que se estruturaram a partir do ensino. Este é o foco da minha pesquisa. Estou mergulhada em Arquivos Históricos das Academias de Belas Artes do Porto (PT) e do Rio de Janeiro (BR), como forma de percepção do trajeto das mulheres no seu interior e reflexão feminista decolonial, especificamente sobre as presenças e ausências das artistas-educadoras.
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